quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Tu.




Caminhei em direcção ao mar, sentindo a areia massajando os meus pés descalços enquanto pensava numa maneira de acalmar o turbilhão de sentimentos que teimava em rodopiar dentro de mim. Quis apagar palavras, quis apagar abraços. Mas a tua imagem rodopiava, junto com o turbilhão que insistia em manter-se activo.
Senti a água saudar-me, com o seu gélido toque macio, mas continuei a caminhar. E ela subia…joelhos, cintura, peito. Não valia a pena contrariar o que o meu corpo pedia. Caminhei mais um bocado, até sentir a água tocar-me no queixo. Sorri antes de me baixar e molhar o cabelo. Nunca tinha pensado em entrar desta maneira, num mar tão desconhecido, de uma forma tão abrupta, tão mecânica. E sabia bem o gelo que agora envolvia o meu corpo, com o contraste do calor que pensar em ti me trazia.


Amava-te… e eu sabia-o.


Estávamos em Janeiro de 1976

2 comentários: